Biblioteca Crítica Fundamental
Quatro obras decisivas para a compreensão do nosso tempo de uma perspectiva de Direita, escolhidas e editadas pela Biblioteca Crítica Fundamental.
2ª Série
Título Refutação dos princípios metafísicos e morais dos pedreiros-livres
Autor José Agostinho de Macedo
Organização Carlos Maria Bobone
Editor Crítica xxi
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Junho 2024
OPINIÃO PÚBLICA
ESTEIO E VÍCIO DAS SOCIEDADES MODERNAS
Fernando Pessoa
A opinião pública esteio e vício das sociedades modernas e outros textos [é] uma edição duplamente preguiçosa. Primeiro, porque se inspira num trabalho alheio e em larga medida segue os seus passos: o da antologia das «Páginas Portuguesas» [de Eduardo Freitas da Costa]. Segundo, porque optei por publicar na íntegra os textos de Pessoa (embora não todos os antologiados por Eduardo Freitas da Costa), seguindo, contudo, a ordem da sua primeira aparição nessa edição, sem fazer um agrupamento, por assim dizer temático, como nessa edição originária. […]
O governo de um só, a monarquia; o governo dos melhores, a aristocracia; o governo de todos, a democracia. Quando adoecem passam a ser — segundo Aristóteles — tirania, oligarquia, demagogia. Na sua pureza é claro que nunca existem. O governo de um só — para não ser despótico — não pode ignorar a «opinião pública», por exemplo, nem alguma vez prescindiu do que modernamente se designa por freios e contrapesos. A aristocracia implica uma forma de escolher os «melhores». Como se faz? Como se definem — e escolhem — os melhores? Etc. São questões que sempre interessaram Fernando Pessoa, que sobre elas, entre outras questões práticas da vida nacional económica, estética e política nunca se privou de se pronunciar com a assinatura de «ele mesmo».
“Introdução”, Miguel Freitas da Costa
Título Refutação dos princípios metafísicos e morais dos pedreiros-livres
Autor José Agostinho de Macedo
Organização Carlos Maria Bobone
Editor Crítica xxi
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Junho 2024
Refutação dos Princípios Metafísicos e Morais dos Pedreiros-Livres
José Agostinho de Macedo
Por confiarmos no discernimento e na subtileza dos assinantes e leitores da Crítica XXI, escolhemos, desta vez, reeditar uma obra “anti-iluminada” ou “anti-maçónica” de 1816, de José Agostinho de Macedo, ilustrativa das ideias, das paixões e dos conflitos de há dois séculos, em Portugal e na Europa. Por muito datadas e brutais que sejam as suas catilinárias, José Agostinho de Macedo é um autor fundamental da literatura política portuguesa e um percursor de Camilo, como lembra Carlos Maria Bobone, que organizou e prefaciou a edição. Os escritos deste genial “padre destemperado”, prolíferos e desiguais, são incontornáveis para o conhecimento do seu – e do nosso – tempo.
Título O Estado Servil
Autor Hilaire Belloc
Título original The Servil State
Tradução Daniela Silva
Editor Crítica XXI
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Dezembro 2023
O Estado Servil
Hilaire Belloc
The Servile State teve repercussões importantes na cultura política, não só inglesa, mas sobretudo europeia, mormente nos círculos em que se desenvolviam ideias de terceira via, que negavam o Capitalismo e as suas nefastas consequências sobre os mais desprotegidos ao mesmo tempo que recusavam o colectivismo socialista como panaceia.
O livro cuja tradução a Crítica XXI agora traz aos seus assinantes apresenta uma visão sustentada do que empiricamente se costuma dizer sobre as vantagens sociais da existência de uma pujante e numerosa classe média e de como esse facto é determinante para uma sociedade estável, segura e livre, capaz de encarar o futuro com esperança e ânimo.
Título A Revolução Francesa
Autor Hilaire Belloc
Título original The French Revolution
Tradução Daniela Silva
Editor Crítica XXI
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Dezembro 2023
A Revolução Francesa
Hilaire Belloc
Todos sabemos que, realmente, no seu todo, a Revolução conseguiu impor a sua visão à Europa. Todos sabemos que desse êxito, como de um germe, resultou, e continua a resultar, a sociedade moderna. Mas a natureza, a causa e a extensão do sucesso militar que, por si só, tornou isso possível, são amplamente ignoradas e ainda mais amplamente mal compreendidas. (…)
Pode-se dizer que as acções dos homens são divididas não por teorias mas por atmosferas espirituais, por assim dizer.
De acordo com este ponto de vista, os homens agem sob impulsos não ideais mas reais: impulsos que afectam grandes números e que, no entanto, na sua textura, correspondem aos impulsos complexos mas unidos de uma personalidade individual.
Assim, embora não haja nenhum conflito demonstrável entre a teologia da Igreja Católica e a teoria política da Revolução, pode haver um conflito necessário e fundamental entre as Pessoas que designamos de Revolução e a Igreja, e entre os princípios vivificantes pelos quais ambas se regem. (…) a loucura deste estadista, a má redacção daquela lei, o equívoco desta ou daquela instituição, a coincidência de a guerra eclodir num determinado momento e afetar os homens de uma determinada forma — todos estes acidentes materiais geraram um mal-entendido entre as duas grandes forças, levaram ao conflito os agentes humanos e as organizações humanas que os dirigiam; e o conflito, uma vez estabelecido, alimenta-se e cresce a partir da sua própria substância.
Hilaire Belloc, A Revolução Francesa