Crítica XXI

Portugal é há quase meio século governado pelas esquerdas. Se estendermos a ideia de poder ao campo cultural, podemos dizer que esse domínio é até anterior à Revolução e permanece mesmo quando as direitas governam. 

Disto não resulta apenas que as direitas e o seu pensamento sejam mal conhecidos; resulta uma atmosfera cultural e mediática acomodada e maniqueísta sem espaço para a interrogação crítica. 

Crítica XXI quer dar a conhecer a tradição intelectual das direitas e os seus desenvolvimentos actuais, olhando para valores, ideias e princípios com liberdade incondicional.

Biblioteca Crítica Fundamental

Biblioteca Crítica Fundamental

Quatro obras decisivas para a compreensão do nosso tempo de uma perspectiva de Direita, escolhidas e editadas pela Biblioteca Crítica Fundamental.

Bibliteca Crítica Fundamental

2ª Série

Opinião Pública

Título Refutação dos princípios metafísicos e morais dos pedreiros-livres
Autor José Agostinho de Macedo
Organização Carlos Maria Bobone
Editor Crítica xxi
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Junho 2024

OPINIÃO PÚBLICA
ESTEIO E VÍCIO DAS SOCIEDADES MODERNAS

 Fernando Pessoa

A opinião pública esteio e vício das sociedades modernas e outros textos [é] uma edição duplamente preguiçosa. Primeiro, porque se inspira num trabalho alheio e em larga medida segue os seus passos: o da antologia das «Páginas Portuguesas» [de Eduardo Freitas da Costa]. Segundo, porque optei por publicar na íntegra os textos de Pessoa (embora não todos os antologiados por Eduardo Freitas da Costa), seguindo, contudo, a ordem da sua primeira aparição nessa edição, sem fazer um agrupamento, por assim dizer temático, como nessa edição originária. […]

O governo de um só, a monarquia; o governo dos melhores, a aristocracia; o governo de todos, a democracia. Quando adoecem passam a ser — segundo Aristóteles — tirania, oligarquia, demagogia. Na sua pureza é claro que nunca existem. O governo de um só — para não ser despótico — não pode ignorar a «opinião pública», por exemplo, nem alguma vez prescindiu do que modernamente se designa por freios e contrapesos. A aristocracia implica uma forma de escolher os «melhores». Como se faz? Como se definem — e escolhem — os melhores? Etc. São questões que sempre interessaram Fernando Pessoa, que sobre elas, entre outras questões práticas da vida nacional económica, estética e política nunca se privou de se pronunciar com a assinatura de «ele mesmo».

“Introdução”, Miguel Freitas da Costa

Refutação dos Princípios Metafísicos e Morais dos Pedreiros-Livres

Título Refutação dos princípios metafísicos e morais dos pedreiros-livres
Autor José Agostinho de Macedo
Organização Carlos Maria Bobone
Editor Crítica xxi
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Junho 2024

Refutação dos Princípios Metafísicos e Morais dos Pedreiros-Livres

 José Agostinho de Macedo

Por confiarmos no discernimento e na subtileza dos assinantes e leitores da Crítica XXI, escolhemos, desta vez, reeditar uma obra “anti-iluminada” ou “anti-maçónica” de 1816, de José Agostinho de Macedo, ilustrativa das ideias, das paixões e dos conflitos de há dois séculos, em Portugal e na Europa. Por muito datadas e brutais que sejam as suas catilinárias, José Agostinho de Macedo é um autor fundamental da literatura política portuguesa e um percursor de Camilo, como lembra Carlos Maria Bobone, que organizou e prefaciou a edição. Os escritos deste genial “padre destemperado”, prolíferos e desiguais, são incontornáveis para o conhecimento do seu – e do nosso – tempo.

A Revolução Francesa

Título O Estado Servil
Autor Hilaire Belloc
Título original The Servil State
Tradução Daniela Silva
Editor Crítica XXI
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Dezembro 2023

O Estado Servil

 Hilaire Belloc

The Servile State teve repercussões importantes na cultura política, não só inglesa, mas sobretudo europeia, mormente nos círculos em que se desenvolviam ideias de terceira via, que negavam o Capitalismo e as suas nefastas consequências sobre os mais desprotegidos ao mesmo tempo que recusavam o colectivismo socialista como panaceia.

O livro cuja tradução a Crítica XXI agora traz aos seus assinantes apresenta uma visão sustentada do que empiricamente se costuma dizer sobre as vantagens sociais da existência de uma pujante e numerosa classe média e de como esse facto é determinante para uma sociedade estável, segura e livre, capaz de encarar o futuro com esperança e ânimo.

A Revolução Francesa

Título A Revolução Francesa
Autor Hilaire Belloc
Título original The French Revolution
Tradução Daniela Silva
Editor Crítica XXI
Composição Matilde Everard Amaral
Capa Sardine & Carbone
Impressão VASP dps
Dezembro 2023

A Revolução Francesa

 Hilaire Belloc

 

Todos sabemos que, realmente, no seu todo, a Revolução conseguiu impor a sua visão à Europa. Todos sabemos que desse êxito, como de um germe, resultou, e continua a resultar, a sociedade moderna. Mas a natureza, a causa e a extensão do sucesso militar que, por si só, tornou isso possível, são amplamente ignoradas e ainda mais amplamente mal compreendidas. (…)

Pode-se dizer que as acções dos homens são divididas não por teorias mas por atmosferas espirituais, por assim dizer.

De acordo com este ponto de vista, os homens agem sob impulsos não ideais mas reais: impulsos que afectam grandes números e que, no entanto, na sua textura, correspondem aos impulsos complexos mas unidos de uma personalidade individual.

Assim, embora não haja nenhum conflito demonstrável entre a teologia da Igreja Católica e a teoria política da Revolução, pode haver um conflito necessário e fundamental entre as Pessoas que designamos de Revolução e a Igreja, e entre os princípios vivificantes pelos quais ambas se regem.  (…) a loucura deste estadista, a má redacção daquela lei, o equívoco desta ou daquela instituição, a coincidência de a guerra eclodir num determinado momento e afetar os homens de uma determinada forma — todos estes acidentes materiais geraram um mal-entendido entre as duas grandes forças, levaram ao conflito os agentes humanos e as organizações humanas que os dirigiam; e o conflito, uma vez estabelecido, alimenta-se e cresce a partir da sua própria substância.

Hilaire Belloc, A Revolução Francesa